Resenha

A EVASÃO NO BANCO DE SANGUE

Resenha crítica do projeto: Os empecilhos da doação de sangue, sobretudo dos residentes de Imperatriz-MA.

No decorrer do tempo, diversos indivíduos que precisavam de reposição sanguínea acabaram falecendo, visto que, não havia um meio de transfusão adequado, com o avanço das técnicas com a qual o paciente é tratado, surgiu a doação de sangue. Durante décadas, ocorreu o refinamento desse método de coleta, corroborando para a maximização dos índices de doações direcionadas -quando o paciente em questão necessita do sangue imediatamente- e não direcionadas -estoque de emergência-. Há uma lacuna no que tange o amplo exercício de doações voluntárias além da demanda emergencial quando se trata da realidade dos residentes da cidade de Imperatriz, no Maranhão, uma vez que, o município apresenta o segundo maior hemonúcleo do estado.

A construção social que se desenvolveu ao longo da história sobre a transfusão sanguínea traz uma perspectiva negativa e pouco informativa do que realmente acontece com o organismo humano durante esse processo. Nas etapas que antecedem o processo de doar, há uma evidente falha na comunicação entre o enfermeiro e o doador, e a partir dessa falha os mitos ganham espaço no imaginário coletivo e se perpetuam para além das gerações, diminuindo o fluxo de doadores nos hemocentros, com enfoque os de Imperatriz- MA.

No cenário delineado pelo projeto, a ineficiência de campanhas publicitárias provoca uma reação em cadeia que dificulta a fidelização de novos doadores. Para a resolução do problema, é necessário tanto a conscientização da comunidade imperatrizense desde a infância, através de campanhas educacionais diferenciadas por faixas etárias, e debates acerca do ato de doar, como também, informar o público-alvo, por meio de campanhas digitais e propagandas televisivas, quanto aos mitos e verdades da transfusão de sangue e o incentivo aos benefícios de ser um doador voluntário, focando na captação da equipe de enfermagem para esse pleno exercício.

O estudo dos empecilhos da doação de sangue destaca também a importância do papel do profissional de saúde que reside na correta veiculação de informações frente as condutas e ações dessa atuação, sobretudo da equipe de enfermeiros visto que ela é a ponte entre o doador e o receptor.

A avaliação da proposta científica se deu a partir da amostragem de dois grupos etários, sendo eles, de 18 a 26 anos e 54 a 63 anos, em que foi evidenciado atitudes e disposições diferentes quanto ao ato de doar e ao comprometimento em tornar-se um doador voluntário regular, com base do número de pessoas que já realizaram doações direcionadas, porém, não retornam para doações voluntárias por desconhecer a importância e abrangência do ato. Muitas vezes a própria família influencia negativamente a contínua doação por, também, ignorância dos fatos que envolvem o processo.

Autoras: Ana Clara Laundos Oliveira e Ana Gabriela da Silva Araújo, acadêmicas do Curso de Enfermagem da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).